A universidade que queremos ainda está distante.
Com as cotas e a expansão provocada pelo Reuni, uma parcela maior dos
estudantes pobres consegue, enfim, realizar o sonho de ingressar na
universidade.
Mas ao ingressarem na universidade,
estes estudantes precisam acordar para a luta, pois conseguir permanecer na
universidade é um desafio às vezes até maior do que entrar: gasta-se um valor
absurdo com a aquisição de apostilas devido ao déficit do acervo das
bibliotecas; paga-se passagens de ônibus caríssimas para se deslocar até a UFPB
para assistir aula; e fica-se refém da especulação imobiliária, pagando-se
pesados aluguéis para morar mais próximo da universidade.
Esta
última questão da moradia é um problema seríssimo para centenas de estudantes
que vêm do interior estudar na UFPB. O que vemos na política de
assistência estudantil de nossa universidade nesta área é uma residência com
vagas limitadas e sucateada, obrigando os residentes a morar em quartos quentes,
mofados, mal planejados.
Mesmo
assim, todo ano centenas de estudantes se submetem à disputa de uma vaga
na Residência e não conseguem ser contemplados. No último dia 14, estava
prevista a divulgação do resultado de mais uma seleção para a Residência
Universitária. Mais uma vez os estudantes estavam para se dividir entre os
felizes contemplados, que conseguiriam um local para morar e aqueles que teriam
que "se virar" ou desistir de seu sonho. Todos os concorrentes
esperavam há mais de 1 mês, sem saber o destino de suas vidas. Muitos deles
estavam aglomerados como hóspedes na residência universitária, chegando-se às
vezes a ter até 9 pessoas por quarto.
Porém,
este ano a banda tocou diferente. Sob a direção da Correnteza, que alertou
estes estudantes para a necessidade de lutar pelo seu direito à moradia
universitária, através de reuniões, assembleias e trabalho corpo-a-corpo, os
candidatos a residentes se mobilizaram e pressionaram a Pró-reitoria de Assistência
e Promoção do Estudante a atender sua demanda. Após ocupação na sala do
Pró-reitor de Assistência Estudantil e dura negociação, os estudantes
conseguiram mais 50 bolsas auxílio-moradia.
Mas
ainda não é o suficiente, 52 vagas no bloco novo foram incluídas para esse
semestre e a obra está atrasada em mais de 1 ano, falta todo o mobiliário para
os quartos novos, muitos estudantes não conseguem alugar quartos ou vagas, por
não terem fiador, nem fiança, exigências do mercado imobiliário.
Agora
é continuar a luta dos estudantes da UFPB por seu direito à assistência
estudantil. Vamos à luta, companheiros estudantes!!!
Alexandra
Camilo, presidente do CA de Estatística e
membro da coordenação do Movimento Correnteza - UFPB